SamPará

Tati Carvalho, 26, publicitária, expert em perder objetos de pequeno e médio porte dentro do carro. Adora viver em São Paulo, porque há mais bares do que se pode conhecer. Resignada, vai sempre nos mesmos 5. Tem coragem de se jogar de cabeça. Sempre.
Apoena Augusto, 30, administrador, se descobriu pirofágico das estrelas. Vive em Belém e acha que o seu nome é prefixo para todas as coisas entre o céu e a terra. Adora sua moto (que trata como filha) e intervalos comerciais.

segunda-feira, julho 31, 2006

Veranear é...

Ir à praia no verão pode ser tão assustador quanto a falecida zebra do Fantástico ou Poltergeist, o fenômeno, assistido no cinema, sozinho, e sem pipoca.

O que deveria ser algo prazeroso, pode, em um piscar de olhos, literalmente, levar alguém do céu ao inferno sem ticket de saída. É simples: com pouca, ou quase nenhuma roupa, ninguém se esconde. Em todos os sentidos. Quem adora aquelas saídas de praia do tipo "redinha" (é, aquela mesma que deixa a cidadã parecendo um suporte de queijo provolone), desfila com a bendita como se estivesse usando o último grito da moda. Dá vontade de gritar mesmo.

Já quem não dispensa um franguinho de televisão de cachorro acompanhado de macarrão com farinha baguda, devidamente acondicionado no que pode ser considerado o grande ícone farofeiro, uma Tupperware, faz a festa em volta de isopors que mais parecem geladeiras duplex frost free. E ainda brincam de plantar ossos na areia. Tudo bem... do pó ao pó, diria a Bíblia Sagrada.

Mas é claro que o clima não estaria perfeito sem uma musiquinha para alegrar. Que tal um tecnobrega ou uma coletânea do tipo "best of" do "Só para Contrariar"? A 180 decibéis, óbvio! Haja tímpano.

E assim se descobre que a praia é um excelente lugar para ir, desde que esteja vazia.

domingo, julho 23, 2006

Liga o Atari e traz o meu Guaraná Garoto

Meu pai assistia à TV na época do "televizinho". Dava a hora do programa favorito, que deveria ser o clássico "Vigilante Rodoviário", a rua inteira se amontoava à janela da única casa que possuía a maravilhosa caixa mágica. Povo criativo. Já previa o futuro da televisão colando na tela papel celofane colorido.

Eu tive mais sorte. Consegui assistir "Domingo no Parque", com o empalhado Silvio Santos, ao vivo e em cores, se divertindo com as pessoas trocando carros zero km por caixas de fósforo simplesmente dizendo: "siiiiiiiimmmmmmmm".

Naquela época, bons mesmo eram os tênis All Star ou o famigerado Montreal. Conga branco reinava absoluto nos pés de 10 entre 10 colegiais, a não ser em dia de jogo de futebol, porque aí entrava em campo o rei dos calos, Kichute. Amarrar aquele cadarço gigante na canela, como diria o Mastercard, não tinha preço.

Xuxa, que ninguém esquece aquele garotinho bolinando nela no único filme onde seus seios, e que seios, aparecem, "Amor estranho amor", alegrava os finais de manhã de quem estudava no primeiro período e chegava em casa direto para TV para assistir He-man, Os Smurffs, Thundercats e, claro, A Caverna do Dragão. Ainda não me conformo com o fato deles terem morrido, o Mestre dos Magos, apesar da aparência inocente de Papai Noel dos anões, ser um patife falso e a unicórnio Uni não passar de uma armadilha chifruda. Desde então passei a desconfiar de todos os seres cornudos.

Na porta do colégio, e para a alegria dos dentistas, Pirocóptero e Dip'n'lik seguiam deixando as crianças mais verminosas e careadas, porém muito mais alegres.

Diversão para o final da tarde, após o lanche com pão, manteiga e Guaraná Garoto, era chamar a galera da rua para jogar Atari. River Raid, X-Man (nunca entendi porque o nosso herói tinha a ponta do play ground quadrada. Dava uma pena da mocinha...), Space Invaders, Pac Man e tantos outros faziam o terror das primas que queriam assistir à novela das seis, das sete e das oito (também nunca entendi porque a novela das oito só começava às nove). Só havia uma regra: nunca ganhar do dono do video game. Era decretar o fim da brincadeira. Sorte deles sempre terem respeitado esse mandamento.

E como nem tudo são flores, é claro que deveria haver alguma coisa ruim. Na verdade, era mais aterrorizante que a trilha de Psicose, mais apavorante que Freddy Krugger, mais cruel que o facão de Jason. E acontecia sempre aos domingos. Impossível pensar em algo que pudesse causar mais pânico que a zebra do Fantástico piscando e dizendo: "coluna do meio". Até hoje sonho com ela...

Enquanto isso, no rádio, Rita Lee arrebentava com seu hit Lança Perfume, Blitz começava a virar lenda e RPM ainda arrancava gritinhos à lá Menudos das tietes do estiloso e ex-pegador Paulo Ricardo. Sim, porque depois da Luciana Vendramini, não se teve mais notícia sobre a qualidade das namoradas do rapaz. É claro que é perfeitamente compreensível, pois manter aquele padrão deve ser bem difícil...

Com um período tão rico culturalmente, não é de admirar a onda oitentista que tem invadido boates e festas pelo país afora. Então traz um pão com manteiga que eu vou pedir um Guaraná Garoto!

terça-feira, julho 11, 2006

Terra estranha com gente esquisita

Sabe o que eu acho horrível, pavoroso mesmo? Essa mania de falta de contato, isolamento, que as pessoas estão desenvolvendo. Uma amiga que acabou de comprar seu próprio apartamento me contou que apartamentos com elevador privativo "Ué, como pra quê? É pra você não precisar encontrar ninguém, moça!" são mais caros!
Achei de muito mal gosto, a não ser, claro, que Marilyn Manson viva no seu prédio, transformando qualquer oportunidade de encontro matinal num verdadeiro virador de estômago; ou o Latino, mas aí eu me transfiguraria em Forrest Gump a qualquer prenúncio de festa. Vai que passo por lá por engano e ele me recebe com: “Olá, prazer/ A noite... hum... é nossa”. Run Forrest, Run!!!
Enfim, excluindo-se a possibilidades daí de cima, eu prefiro encontrar as pessoas do que pagar pra fugir delas. Até porque, quem sabe, um bom dia inesperado pode melhorar seu dia. O meu, por exemplo, já foi sensivelmente animado pela presença de um bom dia bíblico (ou mitológico talvez, nunca sei). Eu explico: imaginem eu, 7 aninhos, perdida no meio das minhas marias-franciscas (eram de muito respeito minhas chiquinhas. Grandes e vistosas, bem merecem o tratamento formal). Mas enfim, estava lá perdida na porta do colégio quando o guardinha apareceu parando todos os carros para que eu pudesse cruzar a rua, chupando meu sacolé de laranja (sempre gostei desse mais do que o de morango; pra quem não se lembra esse é o da cobrinha), em segurança. E essa cena se repetiu diariamente, por anos.
Pois bem, muito tempo depois estou eu, saindo do meu prédio, atrasada para o trabalho como de usual e murmuro um bom dia para os porteiros, como de usual. Mas ouço: “bom diiiia, Dona Tati!!!”. Era ele mesmo, meu herói das estradas (ta bom, era só uma ruinha). Meu herói da ruinha agora é meu porteiro!
-Ooooi, seu guardinha! – lógico que o nome dele não era guardinha, era Noé (ou Noel, eu não sei até hoje e tenho vergonha de perguntar de novo), mas o fato é que depois de salvar todos os animais do mundo da maior enxurrada já vista, presentear todas as criancinhas boas, adestrar as renas E nos ajudar a atravessar ruazinhas ele ainda se lembra de mim!
A partir desse dia, não importa o quão de mal-humor eu esteja de acordar cedo, sempre poupo umas forcinhas pra poder dizer: “bom dia Seu NÔ...”(é até onde eu vou por enquanto, mas um dia um dos bichos dele ou seus duendes aparecem por aqui e eu descubro se é Noé ou Noel!)
Mas voltando a vaca fria, ou, para o bem da narrativa, aqui chamaremos cold cow, o ponto é que descobri hoje que os ingleses não têm um Seu Nô na vida deles e, deve ser por isso, já entraram de cabeça nessa de isolamento. É só ler qualquer revista deles (eu fiz isso hoje) e você vai achar as coisas mais esdrúxulas:

Personal Academia Companheiro (juro que não é Tabajara) – Um programa desenhado para quem está (pasmem) cansado de ter que ver e conversar com gente na academia. Você programa no seu celular sua rotina de treinamento e ele te manda SMS a intervalos regulares, nos dias e horários que você deveria estar treinando com mensagens de incentivo, tipo : “força, só mais um pouquinho, não pára, seu frouxo!!!”. É quase um tamagoshi da maromba. Duro é o dia que você resolver cabular a malhação pra sair com a gatinha: “força, só mais um pouquinho, não pára, seu frouxo!!!” é ruim, hein?

E já que gente é tão chato mesmo, pra que sentir falta delas? O artigo principal da revista trazia o título: “Seu marido morreu? Como esquecê-lo e parar de sofrer em apenas 4 simples passos.” Achou bizarro?
Eu larguei a revista e resolvi correr (na direção oposta) por 40 dias e 40 noites. Ainda estou fugindo. Socorro, seu Nô!

Bozo e o Dip N´Lik

Eu comentei um dia que meu trauma de infância/pré-adolescência foi nunca ter ganho um bichão de pelúcia de nenhum namoradinho para poder falar no telefone, toda pimpona, deitada sobre o bicho. Na verdade, um casinho da época chegou até a terminar comigo uma semana antes do dia dos namorados e voltar duas semanas depois (uma semana depois do meu aniversário bom dizer) porque a pressão do presente duplo era demais pra mesadinha dele.
Pois bem, nos áureos tempos eu tinha Barbie e Ken, a Uvinha da coleção moranguinho (ela era azul, tinha maria-chiquinhas, vestido rodado e cheirinho de uva), o boneco Fofão e uns 2 transformers (afinal, eu tinha que brincar com os meninos do prédio), mas nada de bichão. E eu contei isso.Aí, sabe aquelas pessoas que querem te fazer felizes?
Pois é, ele chegou semana passada aqui em casa. Meu bichão, um urso, pra ser mais específica, tem 80 cm de altura e ocupa praticamente metade da cama sozinho. E tem mais: para completar a surpresa ele veio com 2 Dip N´ Lik!!!Um de uva, outro de laranja, com o mesmo garotinho tosquinho na embalagem!
Eu posso agora falar-no-telefone-deitada-no-ursão-chupando-dipn´lik o pirulito que o Bozo chupava de maquiagem e nariz postiço!!! Lembra que o Bozo era o garoto propaganda do Dip N´Lik?
Alguém se aventura em um nome para o urso?

Adidas, who?

Esta Copa me trouxe momentos impagáveis como desenvolver 10 gritos de guerra diferentes todos culminando em “...e cala a boca, Galvão” (é, um deles começava com passou-passou-passou um avião, mas os outros eram mais criativos, e não lembravam a sua quinta série, prometo!), descobrir 5 coisas inusitadas para fazer com amendoins, ver diretores respeitados se pegando como criancinhas pela figurinha do Javad Kazemeyan (não, eu não inventei, existe sim uma pessoa com esse nome, e o moço, iraniano, nem é pão-com-ovo, viu?)Mas aparentemente, para a horda de pessoas que estava tentando ganhar a vida honestamente e melhorar suas vendas com o sentimento de ufanismo que a Copa desperta em nós, pobres e iludidos torcedores, o campeonato quadrangular de alterocopismo talvez tivesse trazido resultados mais sólidos. Calma, vou explicar: do Joga Bonito da Nike até a busca incessante por um desodorante (afinal, segundo Ronaldinho, e quem sou eu para duvidar, só o Beckham continua cheirosinho depois de 90 minutos de jogo), passando por banco e sorvete, esta, que acabou ontem, foi a Copa em que mais se investiu e a que jogadores brasileiros mais faturaram para tornar marcas mais faladas, desejadas e parrudinhas. Foram R$ 3,5 bilhões.
Só que funciona assim: você paga milhões de dólares para ser patrocinador exclusivo da Copa em seu segmento (são só 15) e isso garante que sua marca estará presente no campo e sendo mostrada para o mundo inteiro toda vez que o Cristiano Ronaldo mostrar suas pernocas por ali ou Roberto Carlos abaixar para arrumar as meias. Mas nada é garantia de que seus consumidores, cujos olhos estavam fixos no tônus muscular dos moços (ou na bola, se forem homens) não vão confundi-la depois com o seu concorrente. A frustração é similar a de alguém de caprichou na produção; fez cabelo, maquiagem e figurino e teve seu nome trocado pelo da ex dele no início das preliminares. Ou pior, com ato consumado e preço pago.
Pois bem, durante a Copa fizeram uma pesquisa para entender, dentre os brasileiros, quais lembravam corretamente das marcas que estavam na Copa e quais precisavam de Fosfosol.
O resultado foi que 59% dos brasileiros acreditam que a Nike é a marca oficial do Mundial da Alemanha. A Adidas, uma das patrocinadoras oficiais da Copa (e dona de todas as bolas que ainda tinham nome, horário e local dos jogos) ficou com módicos 43%.
A Emirates, outra patrocinadora oficial, perdeu para a Lufthansa (afinal, o jogo era na Alemanha, não era?) e o McDonald's aparece na sexta posição, com 23% das indicações, apesar de nem ter passado perto da terra do chucrute (será que o Parreira era, na verdade, Ronald Mc Donald disfarçado?)
Queimando o filme, também veio a Fujifilm, patrocinadora oficial, que com 8% das indicações, ganhou raspando da concorrente Kodak, que levou 7% das menções sem desembolsar um tostão furado. Ufa!
Para descer macio e reanimar, vale lembrar das iniciativas daqueles que não são profissionais de marketing nem querem vender coisa alguma, mas que são rápidos no gatilho para que os momentos marcantes da Copa não passem sem sua devida piada. Por exemplo, alguém já jogou o jogo do Zizou? Neste link, Zidane fica dando cabeçadas no Masseratti até ser expulso do campo. Hilário!
Dá até vontade de criar jogos também, os meus seriam:
Mobbie Dick – saia pelos mares do Sul à caça de Ronalducho;
Esqueceram de Mim – Encontre Robinho pulando, tentando ser notado, no banco de reservas;
Um Morto Muito Louco – Agarre seu peso morto e brinque de Marionete com Mário, o Morto, Zagallo;
E aí, alguém contribui?

domingo, julho 09, 2006


A última novela que lembro de ter assistido com ansiedade pelos capítulos vindouros foi Roque Santeiro. E não era a reprise do Vale a Pena Ver de Novo, picotada pelos insensíveis editores globais. Ou seja, faz um bom tempo.

Personagens como o professor-lobisomem, Sinhozinho Malta e seu cacuete no relógio e a Viúva Porcina (que, por sinal, foi o único papel vivido por Regina Duarte onde ela não estava, como de custume, uma mala), povoam até hoje as lembranças de todos.

Não se pode negar que algumas outras boas tentativas de cativar a atenção popular foram feitas, afinal, "quem matou Odete Roitmann" foi uma das perguntas de maior Ibope da Globo por alguns meses.

Mas parou por aí. Depois disso, a fórmula parece que se esgotou. Após o último capítulo de Belíssima, bem que a emissora líder tentou. Fez matérias mostrando as pessoas em suas casas atentas à TV, colheu depoimentos, enfim, fez o dever de casa. Mas aquele envolvimento de outrora, com comentários espontâneos pelas ruas e expectativa pelo final, nem o cheiro.

E já que a criatividade está em baixa, o que leva alguns a apelar para as insossas novelas mexicanas de nomes estranhos como "Bete, a Feia", uma sugestão seria uma reprise, na íntegra, de "O Bem Amado". Quem sabe não serve de inspiração para um remake ou coisa assim?

domingo, julho 02, 2006

O Rei estava certo. Juca também.

Pelé cantou a pedra e foi malhado como um Judas na Semana Santa. Juca Kfouri também. E mesmo sendo taxados de agourentos, não foi preciso mais do que o segundo jogo (porque depois do primeiro, por pior que tivesse sido, ainda restava a esperança de uma melhora) para que as profecias de ambos, para o infortúnio de nós, pobres torcedores, se mostrassem cada vez mais coerentes.

É, o Brasil jogou mal. Não, jogou muito mal! E só o Parreira achava que estava tudo bem. "Futebol de resultados" é o escambau! "Quadrado mágico" o diabo! Brasileiro gosta é de ver seu time dando olé, dando lençóis como o que levou o "Fenômeno"(?) e, claro, fazendo gols. Aliás, aquela foi "a" cena da copa. Depois daquilo, era melhor ter deixado o gramado que a vergonha seria menor.

Mas tudo bem. Pelo menos a nação foi poupada de ver nosso Presidente, em plena campanha para reeleição, tirando uma casquinha do Hexa ao fazer os canarinhos subirem a rampa do Planalto para dar discurso. Também acabou aquela ladainha insuportável de "13 letras" do Zagallo. Por fim, e se os Deuses do futebol permitirem, não descerá mais goela abaixo esse futebol retranqueiro e feio dessa era de treinadores que, acredita-se, se foi. Tomara que para sempre!

Também aprendemos que não adianta nada ter uma constelação de estrelas no time se elas simplesmente não se entendem e não parecem dar muita importância para a camisa que vestem. Quem sabe isso traga de volta outro tipo de jogador, aquele que joga porque tem o único objetivo de vencer, não ficar milionário, porque isso é consequência.

Quem dera poder ressuscitar o Telê. Esse sim, dava espetáculo. Antes perder a Copa jogando como a seleção de 82, de Zico, Sócrates, Falcão e Casagrande, do que ganhar como a do Penta ("vocês vão ter que me engolir") ou perder como a de 2006, cheio de "erres" e vazia de gana, sem trocadilho.

Ao Pelé e ao Juca, um pedido: daqui a quatro anos, por favor, digam novamente como vai ser. Assim não haverá tanta ilusão como foi dessa vez.

amigo-de-fé

Vontade de, como diriam os manos, “cuspir no chão e sair nadando”. Não, esquece, eu sempre vou ser mais limpinha que isso. Vontade de sair correndo pelo deserto por 40 dias e 40 noites. Porque? Vejam só: eu sempre enchi a boca pra dizer nunca ter escutado uma canção de Tiririca. Eu nem sei distinguir um MC do outro e sempre confundo quem é filho de qual dupla sertaneja. Eu posso dizer com orgulho que passei totalmente ilesa ao casal-inferno Kelly Key e Latino, mas admito que acabei cantando “glamurosa, rainha do funk” ontem, em bom tom, pra todo mundo ouvir (em minha defesa saliento que estava sentadinha ao fazer isso. Sem performances). Agora me diz, como isso foi acontecer?
E ainda preciso dizer que esse não é o único mistério que ronda a tarde de ontem. Gostaria de saber como o suco Gummy chegou até mim (sou fã incondicional dos ursinhos Gummy; quase tanto quanto dos personagens da Caverna do Dragão, em especial o Presto) e como que de repente apareceram amigos tão maravilhosos no meio do meu caminho? Então chamemos aí as videntes do Fantástico (se bem que uma delas errou ontem que o Brasil ia perder a Copa para a Alemanha na final) ou Mister M, para resolverem esse mistério, porque eu acho que a tarde de ontem estava imersa nas brumas...
O fato é que há um velho ditado romano que diz que “no vinho está a verdade”. Só que no nosso caso era o suco que dá força além do alcance aos ursinhos Gummy, (será que eu confundi com a visão além do alcance dos Thundercats?) receita secreta e tudo. Bom mesmo o elixir.
Só que a gente só deve beber elixires mágicos quando não tem coração-apertadinho. Porque senão ai dos seus amigos, coitados, vão ouvir você insistir em repetir a tal “veritas” que, admitamos, a maioria já conhece mesmo. Mas é aí que você se lembra que esses são os amigos dos bons. Sabe daqueles que você comete as piores besteiras, erra, se engana, insiste no erro (ou diversifica de erro), erra mais um pouquinho... e eles estão lá, sem mudar de opinião sobre você. Ainda são capazes de lhe dar uma bronca (mas só depois de saber se você está bem) e te dar um abraço.
Pois é, pra vocês entenderem que eram esses os sujeitos que me rodeavam ontem, que vai aqui uma transcrição de um diálogo tirado da tarde de ontem; ipsis-litteris e dou fé:

Cacilda – Né,... matei um homem...
Maneco – Caralho, Cacilda (sim, um palavrão de vez em quando é libertador, todos sabemos).
Cacilda – Foi mal Maneco, to triste, nem sei o que eu faço...
Maneco – Tá bom, então, senta aqui, me conta, o que você tá sentindo?
Cacilda – Maneco, como assim o que eu estou sentindo? olha o corpo aí, estendido, no meio da sala,...
Maneco – Cá, primeiro você, ele já não está respirando mesmo,... olha só, você está toda ensangüentada, vamos pro banho,...
Cacilda – Mas e o cadáver, Maneco?
Maneco - Primeiro você toma banho, depois dorme um pouco, que é pra se acalmar. Pode ficar tranqüila que eu já estou procurando óleo de eucalipto que é pra galera respirar melhor. Sabe como é, né? Até amanhã?
Cacilda – Ai Maneco, e amanhã?
Maneco – Amanhã a gente enterra Cacilda....
E foi assim, que só depois do enterro, mãos dadas, Cacilda se dá conta que Maneco não perguntou o que aconteceu, não gritou, não desmaiou. E sabe que vai levar bronca pela morte do desavisado, mas só daqui há umas duas semanas, quando ela estiver melhor. Isso é que é amor de amigo. Valeu, galera, meu coração é de vocês. Pra sempre.

Culpa dele

Já sei porque a gente perdeu da França. Falei do Pansildo, do Porras, do Loco e do Love (ainda meus favoritos), mas esqueci que a gente tinha o Cafu,...

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