O Rei estava certo. Juca também.
Pelé cantou a pedra e foi malhado como um Judas na Semana Santa. Juca Kfouri também. E mesmo sendo taxados de agourentos, não foi preciso mais do que o segundo jogo (porque depois do primeiro, por pior que tivesse sido, ainda restava a esperança de uma melhora) para que as profecias de ambos, para o infortúnio de nós, pobres torcedores, se mostrassem cada vez mais coerentes.
É, o Brasil jogou mal. Não, jogou muito mal! E só o Parreira achava que estava tudo bem. "Futebol de resultados" é o escambau! "Quadrado mágico" o diabo! Brasileiro gosta é de ver seu time dando olé, dando lençóis como o que levou o "Fenômeno"(?) e, claro, fazendo gols. Aliás, aquela foi "a" cena da copa. Depois daquilo, era melhor ter deixado o gramado que a vergonha seria menor.
Mas tudo bem. Pelo menos a nação foi poupada de ver nosso Presidente, em plena campanha para reeleição, tirando uma casquinha do Hexa ao fazer os canarinhos subirem a rampa do Planalto para dar discurso. Também acabou aquela ladainha insuportável de "13 letras" do Zagallo. Por fim, e se os Deuses do futebol permitirem, não descerá mais goela abaixo esse futebol retranqueiro e feio dessa era de treinadores que, acredita-se, se foi. Tomara que para sempre!
Também aprendemos que não adianta nada ter uma constelação de estrelas no time se elas simplesmente não se entendem e não parecem dar muita importância para a camisa que vestem. Quem sabe isso traga de volta outro tipo de jogador, aquele que joga porque tem o único objetivo de vencer, não ficar milionário, porque isso é consequência.
Quem dera poder ressuscitar o Telê. Esse sim, dava espetáculo. Antes perder a Copa jogando como a seleção de 82, de Zico, Sócrates, Falcão e Casagrande, do que ganhar como a do Penta ("vocês vão ter que me engolir") ou perder como a de 2006, cheio de "erres" e vazia de gana, sem trocadilho.
Ao Pelé e ao Juca, um pedido: daqui a quatro anos, por favor, digam novamente como vai ser. Assim não haverá tanta ilusão como foi dessa vez.
2 Comments:
Leio essa sua crônica e vejo alguns enganos e outros acertos. É certo que a seleção não jogou nada, que subestimou seus adversários e subestimou (em minha opinião) o próprio futebol. Contudo, falar que Pelé possui razão é, além de errado, ridículo.
Tudo o que Pelé tenta fazer é manter seu brilho na história, tendo seu nome estampado na galeria dos melhores jogadores do mundo e estrela única brasileira. E isso ele, vergonhosamente, revela mostrando uma contrariedade à seleção brasileira.
É ridícula a atitude de Pelé que, aparentemente, torce para a derrota do Brasil, tudo para que não seja superado na história do futebol.
Certo está o Maradona, que apóia a seleção argentina até debaixo d'água. Mesmo concordando ou discordando do elenco que a compõe.
Olá, Fábio.
Obrigado pelo comentário.
Sobre Pelé, eu mesmo, na crônica "Pelé, cheio de graça", que você pode conferir aqui no blog, escrevi o seguinte: "Todo esse "poder" exercido por quem ainda é considerado o melhor jogador de todos os tempos deve dar a Pelé o direito de dizer o que quer que seja sobre a seleção atual, mesmo que seus comentários nem sempre sejam lá muito cordiais e eventualmente pareçam mais uma forma de aproveitar o momento para se divertir um pouco do alto do trono".
O texto vai perfeitamente ao encontro da sua opinião sobre nosso craque de 70. Ou seja, é claro que ele busca sempre puxar para si os holofotes, afinal, desde sua última Copa, ele só vive disso.
O único problema é que, por mais que seja absolutamente verdadeiro o interesse pessoal dele nisso, não se pode negar que a previsão foi acertada. Assim como foi a do Juca Kfouri.
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