SamPará

Tati Carvalho, 26, publicitária, expert em perder objetos de pequeno e médio porte dentro do carro. Adora viver em São Paulo, porque há mais bares do que se pode conhecer. Resignada, vai sempre nos mesmos 5. Tem coragem de se jogar de cabeça. Sempre.
Apoena Augusto, 30, administrador, se descobriu pirofágico das estrelas. Vive em Belém e acha que o seu nome é prefixo para todas as coisas entre o céu e a terra. Adora sua moto (que trata como filha) e intervalos comerciais.

terça-feira, agosto 29, 2006

"Bonitinho" sobe a rampa...

Ele troca "eles" por "erres" (coitadas das Cláudias) e lembra não tão vagamente o mega-ultra-pop-star Tiririca.

Cola nas pessoas como Durepox, canta as próprias amigas (e, claro, também as desconhecidas) se apresentando como "doutor", além de falar e rir tão alto a ponto de acordar o vizinho e fazer o cachorro latir.

Tem o dom de chegar sempre na hora em que seria impossível estar mais ocupado ou, se errar, no exato momento em que um filete de saliva no canto da boca denuncia a melhor parte de um sono reparador.

É alguém que, se houvesse uma classificação para isso no Guinnes, teria o recorde da maior quantidade de apelidos que uma só pessoa poderia receber (e assimilar).

Tem tantos diferenciais que já foi até convidado para fazer parte do elenco de apresentadores do "Barra Pesada", nosso jornalístico policial de maior audiência.

Tirando o fato que ele é, como se diz, pau para toda obra, amigo até debaixo d'água, engraçado e bem humorado até demais, na prática, meu "brother" Valter Pacheco tinha tudo para se tornar... Presidente do Brasil!

domingo, agosto 27, 2006

Vou-me embora para a Passárgada

Vou-me embora pra Passárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
(Manoel Bandeira)

Alguém lembra daquele filme aonde um menino de 12 anos acha uma máquina dos desejos e, cansado de uma vidoooona cheia de proibições, ele pede pra ser grande? Uma das melhores cenas de todos os tempos da Sessão da Tarde aliás, vem desse filme aonde o já grande Josh, Tom Hanks, é contratado como vice-presidente de uma companhia de brinquedos e resolve passear pelas lojas experimentando-os. Acaba tocando uma musiquinha que desde que comecei este texto não me sai da cabeça (Heart and Soul, chama) com os pés, em um teclado de chão enorme. Na verdade acaba mostrando que meninos são sempre meninos, sempre com seus brinquedos.
Mas essa não é a história que eu queria contar aqui. A minha é sobre como esta semana eu quis pedir ao contrário. Eu queria ter doze anos, por pelo menos uma semana de novo, só pra descansar.
Lógico, não dá pra reclamar, nos últimos anos até que conquistei bastante coisa: independência financeira, reconhecimento, alguns namorados de verdade, daqueles que vale a pena se apaixonar, algumas paixões fulminantes daquelas que vale a pena se entregar, poder sair e se entregar em uma balada dançante daquelas de voltar de manhã, pingando, de alma lavada, poder sair e ficar a noite inteira jogando papo pro ar com os amigos,...
Mas também existem aqueles dias em que a gente lembra que há responsabilidades e cobranças. Que é preciso fazer planos e ir atrás de objetivos e que existe o risco, bem real, de depois de planos feitos e coração investido neles, tudo pode acontecer ao contrário do que se quis.
Um desses dias aconteceu esta semana. Me ofereceram uma passagem só de ida para Passárgada. E eu juro que minha primeira reação foi tentar encontrar a máquina de desejos pra pedir pra voltar pra casa meio-dia, depois de um último período de rodinha de vôlei no pátio da escola, comer bolacha recheada de chocolate, adormecer vendo Sessão da Tarde sem ter que decidir nada. Até tentei ter esse gostinho e saí pela rua de Maria-chiquinhas (baixas, discretinhas, fáceis de por via das dúvidas, arrancar rapidinho sem precisar ficar alisando o cabelo para não parecer o Bozo) me lambuzando com picolé Chicabon, mas depois do segundo “posso dar uma lambidinha?” de sujeitos desconhecidos eu desisti. Pelo menos a Lucia ainda me deixa comer o resto de massa de bolo de chocolate direto da batedeira; mesmo que só na privacidade do meu lar, já é um alento.
E foi assim, depois que descobri que não vou conseguir ser Josh por um dia (apesar de que o tecladão de chão do Tom Hanks, configura de minha lista de presentes de Natal, afinal a musiquinha continua na minha cabeça) que respirei fundo e pedi que esperassem até segunda-feira pela minha resposta, para assumir de vez que meus planejamentos para 2006 (e daqui pra frente) saíram as avessas (não ruim, só diferente, diria mamãe).
Acho que vou acabar indo pra Passárgada. Será que consigo conhecer o rei? (ou a Rainha, quem sabe,...)

Fim de semana num minuto

Roda de samba, lua e muuuitas estrelas, dançar até cair, ouvir gente tocando e caindo, arcos da Lapa, o som da Lapa.Ver o mar de dia, ouvir o mar a noite, sentir a maresia a qualquer hora. 24 horas de conversa, conversa de ônibus, conversa de festa, conversa ao pé do ouvido. Amizade criada, 7 anos de update, 7 anos de amizade mantida, sem carecer update, Festa Ploc, Trash 80´s. Um ursão, um cartão, uma paixão ( e muitos e-mails). Churrasco. Não, churrascoS; Não, churraischcosch. Salada de batata, salsa. E cebolinha. O melhor DJ do mundo ou pelo menos o mais querido. Latinhas, Ritinha. E Dona Gigi (écati). Dá licença, dançarino. Zé da Véia. Rio Cenário. Rio e Cenários. É, o Rio de Janeiro continua lindo, como é que eu nunca vi? Ai, droga, admiti.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Terezinha de Jesus,...

Sabe, eu sou meio estabanada. Vivo batendo, esbarrando, topando em coisas. Tropeço também, meu esporte favorito, mas semana passada descobri que fazia muito tempo que eu não ía as vias de fato.
Isso mesmo, semana passada eu caí. E não é metáfora para 'me decepcionei", nem "abri os olhos". Não caí no conceito de ninguém, nem em ranking nenhum. Sem analogias. A quadra do prédio novo do escritório está reformando. Eu saí pra almoçar, e na volta prendi o salto em um buraco:
De uma queda fui ao chão. Me acudiu um cavalheiro sem chapéu na mão (no máximo um notebook a tiracolo). Eu dei a mão pra ele me ajudar a levantar do chão e a única reação que consegui ter foi olhar pra o moço nos olhos (azuis) e dizer: "foi o salto", nem agradeci, veja que mocinha educada.
Ralei o joelho e o pé. Foi feio, mas o pior foi a dor moral, afinal
eu sempre tive uma visão romântica de que minha queda, quando acontecesse, seria resultado de um flip duplo carpado, e que eu teria pelo menos um gesso que contasse minha história ao mundo. Afinal eu tenho testemunhas: eu ensaio muito para ter uma queda bem-feita.
Quanto ao resultado da minha queda, consegui o que a enfermeira do ambulatório chamou de escoriação; minha mãe, quando eu ainda andava de saia plissada, dizia que era frescura mesmo, mas a enfermeira não concordou e quando eu me contorcia de dor da água oxigenada que ela aplicada nos meus ferimentos sem um traço de pena no rosto, ela não me deixou assoprar. Na saída notei, bem discretinho, que ela tinha duas letras tatuadas no pulso. S.S. Acho que ela era da Gestappo.
O pior de tudo é que eu tive que reportar o fato como acidente de trabalho para a matriz da Unilever em Londres (afinal se eles têm regras até quando a hora do chá imaginem o resto) e por minha causa mudaram aquela plaquinha que se vê na frente das obras para "estamos sem acidentes por -----1------ dias". Dizem as más línguas que o engenheiro-chefe do prédio tinha seu bônus atrelado a esse target.
Estou esperando bonequinhos de vodu na soleira da minha porta a qualquer momento.

Comédia do dia: horário eleitoral

Programa eleitoral costuma ser como a Voz do Brasil: quando começa, a única coisa que acontece é uma coceira na ponta dos dedos que só passa quando a gente aperta o "off" no controle remoto da TV.

Mas um pouco de paciência com aquele formato caduco de programa onde um fundo infinito dá lugar a uma imagem da bandeira do partido e o número do candidato pode revelar uma fonte quase inesgotável de bom humor. Basta que aquele que tenta nos convencer a dar nosso símbolo máximo de confiança demonstre toda sua fobia às câmeras ou, pior, ache que por conta de sua aparência exótica, seja possível angariar a simpatia dos eleitores.

É o caso de um tal "Professor Fernando", que "luta" pela causa dos praticantes de esporte mas, parece, nunca fez sequer um alongamento. Diante das câmeras, só consegue mexer os olhos para ler o teleprompter.

Já Wanderley Andrade, o bregueiro que ficou famoso por conta de suas longas madeixas multicoloridas (ainda estou em dúvida sobre quantas cores são, mas parece que tem verde, vermelho, preto e amarelo) e uma música chamada "O Ladrão", poderia, por conta das mazelas que esse país constata a cada dia pelo noticiário, abdicar de usar uma música com esse título em seu programa. Nada mais inoportuno, por mais que o único roubo ao qual ele se proponha seja o do coração dos eleitores, o que também não parece lá uma proposta de trabalho muito convincente.

É por essas e por outras que tem tanta gente que vota em branco ou nulo. Não é aceitável, mas diante das opções que se apresentam, chega a ser até compreensível.

domingo, agosto 13, 2006

Às 06h espantarei tua alma

Adoro música eletrônica e já cheguei a comentar isso aqui. Adoro também as festas de música eletrônica. Seja aquela feita por amigos numa casa caindo aos pedaços ou um megaevento como o Skol beats com 200.000 pessoas dançando alucinadamente ao som de um bom "tuntistum".

A questão é que, assim como a famigerada (e felizmente extinta) zebra do Fantástico, amanhecer numa festa dessas pode ser mais aterrorizante que pipoqueiro banguela ou roda gigante quebrada, principalmente se o seu estado de consciência estiver absolutamente inabalado.

É só imaginar. Você dança (ou pula, vá lá...) a noite inteira para relaxar a cuca e esquecer todas as mazelas da vida: guerra no Líbano, reeleição de Bush, sanguessugas, tsunami em Salinas ou o mero estrago causado por um vatapá de anteontem e, de repente, o Sol resolve dar o recado de que, em poucos minutos, você será capaz de ver a diversidade da fauna ao seu redor. Você, como crente na eterna habilidade humana de renovação, resolve pagar (ou pular) para ver.

Pontualmente às 06h, vem a descoberta que a carruagem, sim, vira abóbora e todos os seres ao seu redor parecem saídos de um filme do Zé do Caixão na sua melhor (ou pior, é apenas uma questão de gosto) fase. Se o videoclip de Thriller, do papa-anjo Michael Jackson, tivesse um remake, o set já estaria prontinho da Silva.

Como diriam os Teletubbies, "hora de dizer tchau!". E esperar outra chance de conferir que, depois de uma noite inteira de pula-pula, não há sombra, rímel, perfume ou desodorante que resista, mesmo que seja o do comercial do Ronaldinho.

terça-feira, agosto 08, 2006

Quem nasceu primeiro - o ovo ou a propaganda?

Lembra quando a gente era criança e nos ensinavam que entre um bloco e outro de “O Rei Sou Eu”, tínhamos um tempinho que deveria ser usado para ir ao banheiro, buscar uma groselha ou brigar com o irmão sentado ao seu lado no sofá? Foi assim que a maioria aprendeu que propaganda era mera interrupção. Mas eu gostava mesmo assim, afinal era fonte de informação pra saber o que pedir ao Papai Noel no Natal (pobre mãezinha). E acho que a nossa infância trouxe os melhores reclames de todos os tempos, até porque as lembranças grudam até hoje na minha mente como o cheirinho de chiclete nos tênis Bubble Gummers. Lembra?

o primeiro sutiã - Eu conheci a menina dos sutiã na academia. Ela fazia Runner em Moema. E tinha cabelo ruim. Ruim não, horrível. Parei de ter ciúmes dela (eu achava a propaganda danada de bonita). Por isso e porque as pessoas chegavam até ela e tinham coragem de perguntar se ela era a menina do primeiro sutiã. A resposta para seu sorriso sem graça era freqüentemente: ‘a gente nunca esquece...” Cada um com seu calvário, né?

a minha Caloi - Foi aí que a gente aprendeu que criança é um porre,... se não está se jogando no meio do shopping porque você não comprou a última espada Jiraya-light-sabre-four-thousand, está espalhando bilhetes pela casa toda pra tentar garantir a bicicleta.

a Varig - Meu pai cantava pra eu dormir, juro, numa das minhas primeiras memórias: “atenção, você com essa ficha na mão, dirija-se ao portão, embarque neste avião,... Voe Varig!!!”. Ta explicado, não está? Se minha canção de ninar era um jingle, só podia dar nisso! O monstro foi criado no berço!!!

o Cornetto - “Dai-me um Cornetto/ Muito crocante/ É pio cremoso/ É da Gelatto/ Cornetto, Cornetto mio...”.

o Zé Mário - Aí eu entrei na faculdade; publicidade, lógico. E a certa altura, tive aulas de produção sonora com o ZÉ Mário. E eu gostava dele mesmo antes de saber que foi o autor dos dois jingles aí de cima. Olha que legal, a música do Zé me botava pra dormir e ainda vendia passagens de avião! Resultado, insisti igual o moleque da Caloi e consegui que ele cantasse o jingle do Cornetto só pra turma!
Hoje a publicidade nacional é altamente premiada no mundo todo: criatividade, qualidade de produção; gastam-se montes de dinheiro e as vezes até se vende alguma coisa (eu sou sarcástica, mas eu posso, sou da classe). Hoje o problema é a programação. Veja bem, quem vai ficar na frente da tevê, perigando absorver os besteróis de Gugu-Faustão-Huck? Eu confesso, fujo dos programas dominicais como o diabo de INRI Cristo (que está sempre na Luciana Gimenez). E ligar o rádio, então? Carece um ritual de benção antes, pra não se correr o risco de se deparar com os desafinos apenas comparáveis com giz-novo-em-louza-de-escola da turma da Kelly Key, Felipe Dylon e Tati-quebra-barraco. Pior, eu hoje ouvi uma entrevista com Sérgio Malandro, aquele do Glu-glu, falando sobre o futuro cenário do entretenimento nacional. Que Chapolin nos proteja!
Mas se a programação tem uma qualidade pífia, como a gente vai ver os reclames? Pois é, foi aí que resolveram apelar. Afinal, hoje em dia, qualquer coisa é mídia,... mas ovo?
Aconteceu assim: nos Estados Unidos, um dono de granja foi explicar a um poderoso dono de um império das comunicações, que cada ovo passa por, em média, 3 “olhadas” antes de ser comido: na loja, ao abrir-se a caixa checando se há ovos quebrados, em casa ao tirar da caixa para colocar na geladeira, depois ao tirar da geladeira e preparar o almoço (você já tinha pensado nisso?). Ele juntou com o fato de que lá já se imprimem datas de validade em cada ovo ao invés da caixa, e resolveu usar a impressora para outro fim. Foi assim que o dono da CBS americana resolveu deixar de lado jornais, revistas e até sua emissora, e anunciou que vai divulgar os novos programas da temporada em ovos. Sua justificativa: “ não dá pra não ver”. É,....

sábado, agosto 05, 2006

Cuidado com o croquete

Coquetel, seja lá do que for, é sempre muito divertido. Não tanto pelo que o cerimonial tenha preparado, por mais criativo, ou não, que possa parecer, mas pelo que as pessoas, ao se deparar com guloseimas e bebidas grátis são capazes de fazer.

Que tal ser alvejado no rosto por um pedaço de empada ou um resquício de bolinho de bacalhau? Absolutamente provável quando a conversa acontece próxima ao som, o que obriga os interlocutores a falar alguns vários decibéis acima do normal. Isso sem citar o bafo de azeitona.

Whisky 12 anos rolando solto também faz miséria. O que deveria ter a função de sociabilização, cria uma orda de pessoas alegres e falantes, todas ávidas por projetar perdigotos nas indefesas faces alheias. Chega a "chover" mais que mês de março em Belém.

Mas o melhor mesmo é a hora dos 100 metros rasos para a mesa do jantar. Uma fila digna de buffet a quilo se forma com tamanha rapidez que deveria servir de inspiração para nosso ícone da velocidade, Rubinho Barrichello.

E é nesse clima de chuva de meteoritos que produtos e serviços são apresentados a potenciais clientes. Uma boa sugestão de brinde, para a entrada, não a saída, seria um guarda-chuvas.

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