SamPará

Tati Carvalho, 26, publicitária, expert em perder objetos de pequeno e médio porte dentro do carro. Adora viver em São Paulo, porque há mais bares do que se pode conhecer. Resignada, vai sempre nos mesmos 5. Tem coragem de se jogar de cabeça. Sempre.
Apoena Augusto, 30, administrador, se descobriu pirofágico das estrelas. Vive em Belém e acha que o seu nome é prefixo para todas as coisas entre o céu e a terra. Adora sua moto (que trata como filha) e intervalos comerciais.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Terezinha de Jesus,...

Sabe, eu sou meio estabanada. Vivo batendo, esbarrando, topando em coisas. Tropeço também, meu esporte favorito, mas semana passada descobri que fazia muito tempo que eu não ía as vias de fato.
Isso mesmo, semana passada eu caí. E não é metáfora para 'me decepcionei", nem "abri os olhos". Não caí no conceito de ninguém, nem em ranking nenhum. Sem analogias. A quadra do prédio novo do escritório está reformando. Eu saí pra almoçar, e na volta prendi o salto em um buraco:
De uma queda fui ao chão. Me acudiu um cavalheiro sem chapéu na mão (no máximo um notebook a tiracolo). Eu dei a mão pra ele me ajudar a levantar do chão e a única reação que consegui ter foi olhar pra o moço nos olhos (azuis) e dizer: "foi o salto", nem agradeci, veja que mocinha educada.
Ralei o joelho e o pé. Foi feio, mas o pior foi a dor moral, afinal
eu sempre tive uma visão romântica de que minha queda, quando acontecesse, seria resultado de um flip duplo carpado, e que eu teria pelo menos um gesso que contasse minha história ao mundo. Afinal eu tenho testemunhas: eu ensaio muito para ter uma queda bem-feita.
Quanto ao resultado da minha queda, consegui o que a enfermeira do ambulatório chamou de escoriação; minha mãe, quando eu ainda andava de saia plissada, dizia que era frescura mesmo, mas a enfermeira não concordou e quando eu me contorcia de dor da água oxigenada que ela aplicada nos meus ferimentos sem um traço de pena no rosto, ela não me deixou assoprar. Na saída notei, bem discretinho, que ela tinha duas letras tatuadas no pulso. S.S. Acho que ela era da Gestappo.
O pior de tudo é que eu tive que reportar o fato como acidente de trabalho para a matriz da Unilever em Londres (afinal se eles têm regras até quando a hora do chá imaginem o resto) e por minha causa mudaram aquela plaquinha que se vê na frente das obras para "estamos sem acidentes por -----1------ dias". Dizem as más línguas que o engenheiro-chefe do prédio tinha seu bônus atrelado a esse target.
Estou esperando bonequinhos de vodu na soleira da minha porta a qualquer momento.

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