SamPará

Tati Carvalho, 26, publicitária, expert em perder objetos de pequeno e médio porte dentro do carro. Adora viver em São Paulo, porque há mais bares do que se pode conhecer. Resignada, vai sempre nos mesmos 5. Tem coragem de se jogar de cabeça. Sempre.
Apoena Augusto, 30, administrador, se descobriu pirofágico das estrelas. Vive em Belém e acha que o seu nome é prefixo para todas as coisas entre o céu e a terra. Adora sua moto (que trata como filha) e intervalos comerciais.

domingo, agosto 19, 2007

Moto não é carro

Depois que um tal de Henry Ford inventou a linha de produção de automóveis e eternizou a célebre frase onde afirmava que os carros poderiam ser de qualquer cor, desde que fossem pretos, o mundo sobre rodas nunca mais foi o mesmo.

Ficamos excessivamente dependentes do petróleo, esburacamos a invisível camada de ozônio (que deveria se chamar camada de Chester, pois ninguém nunca viu), alteramos a temperatura do planeta fazendo da Terra uma televisão de cachorro e, consequentemente, talvez tentando fugir do monstro criado por nós mesmos, desenvolvemos meios de transporte alternativos, como a motocicleta, para fugir dos inevitáveis engarrafamentos.

Engarrafamentos estes para os quais, não se pode negar, a mente humana ainda não foi capaz de inventar outro meio de transporte terrestre que se desloque com tanta desenvoltura quanto uma esquelética motoca.

Tudo bem que não é lá muito agradável para quem está de carro ver seu retrovisor, vez ou outra, refletir o asfalto de perto depois da passagem de um motoboy um tanto quanto apressado. Ou ainda ganhar uma palpitação cardíaca quando algum deles resolve acelerar bem ao pé da sua janela enquanto você está tranquilamente tentando sintonizar a Diário FM para ouvir um pouco de 80's.

Isso sem falar no quanto é possível se sentir um idiota enquanto a fila não anda, o jantar esfria, o Ricardão faz a festa e aquele bendito cabeça de frango da Sadia vai chegar em casa a tempo de assistir ao William Bonner perguntar à Fátima Bernardes onde ela está hoje.


Pois é justamente por isso que se torna completamente incompreensível, beirando o insano, ver uma moto em total inércia atrás de um veículo em plena fila indiana, tendo um corredor livre e desempedido para passar. O que se passa na mente dessa criaura? Será que ele:

a) Ficou sem combustível e está sendo puxado por um carro?
b) É um Transformer disfarçado?
c) Acabou de comprar a moto e leu de cabo a rabo o manual de instruçôes?
d) É o louco Bibi (lembra daquele maluco que andava com um volante nas mãos e uma placa pendurada no pescoço fazendo de contas que era um carro? Se bem que ele foi atropelado por um ônibus enquanto fingia dar ré para estacionar...) que comprou uma moto mas ainda acha que é carro?

Eu voto na letra "d". Não por ser a mais provável, mas por ser a mais divertida.

Só para não perder o embalo...

Por que será que os porteiros de prédio, ao informar o andar para o qual você tem que se dirigir, fazem questão de dizer que o apartamento 1502 fica no décimo quinto andar?

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