Bípede-palmípede?
Sabe aquele amigo de pele negra que você costumava chamar de "Kichute" no colégio? E aquela menina que, por conta da estatura desavantajada, recebeu a alcunha de "sabonete de motel"? Pois é, eles podem estar à espreita só esperando para se vingar da sua falta de senso do "politicamente correto".
É compreensível, afinal, depois de assistir tantas atrocidades cometidas mundo afora por conta de preconceitos sociais, raciais, religiosos, étnicos e até, pasmem, futebolísticos, alguma coisa deveria ser feita para conter o ímpeto nazista dessa gente sem noção.
Eis que nessa nova onda, o amigo que antes era "negão", passou a ser "afro-brasileiro". A "pintora de rodapé", virou "verticalmente prejudicada" e os vesgos agora são possuidores de "idiossincrasia ótica". Esses dois últimos, contribuições de Luis Fernando Veríssimo.
A questão é que nem todo mundo usa esses termos, que são classificados como preconceituosos, com a intenção de efetivamente ofender. Não chega a ser um risco tão grande afirmar que os maldosos, apesar de incômodos e barulhentos, são minoria. Infeliz, diga-se.
Há, inclusive, quem use os adjetivos em benefício próprio como referência profissional. Quem não conheçe a borracharia do Negão ou o Baixinho da Kaiser? O que seria de Romário sem o termo diminutivo antes do nome? É o típico exemplo de quem se valeu da situação física para ficar mais conhecido. E deu

Além disso, como ficam as referências de infância? Como passará a se chamar aquele amigo que andava com os pés abertos e, por conta disso, ganhou o apelido de "pato"? Ovíparo-bípede-palmípede? Convenhamos, nem de longe tem a mesma graça...
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